Como ser gay é colar asas em um porco?

Como ser gay é colar asas em um porco? January 11, 2011

Recentemente, todo cristão que é “contra a homossexualidade” (seja lá o que isso, em nome da rebinboca da parafuseta, signifique) apresenta o mesmo argumento. Este argumento é… Bem, isso, retirado diretamente de um email que me mandaram essa manhã:

Você iria concordar com um adúltero serial que ama sua esposa, mas é atraído por outras mulheres porque é o que ele é e é como ele nasceu? Que tal um alcoólatra que não consegue se controlar? Você iria suporta-lo enquanto ele abandona sua esposa pelo álcool? Um glutão? Um homem extremamente orgulhoso? Porque a homossexualidade ganha um passe, e não todos as outros pecados? Uma pessoa com desejos homossexuais que resiste a tentação é exatamente o mesmo que um homem casado que resiste a tentação de ter relacionamentos com outras mulheres – o que significa, um ser humano combatendo a tentação de pecar. A coisa mais compassiva que podemos dizer para alguém se batendo com a homossexualidade (ou qualquer outro pecado, já que estamos aqui) é para continuar resistindo a tentação. Continue lutando. Não desista. Essa é sua bandeira como Cristão, que você resiste a tentação.

 Um… Só pra avisar, eu não invento esse tipo de coisa.

Por “recentemente”, eu quero dizer que o argumento típico do Cristão contra a homossexualidade mudou. Antes era “Gays são somente héteros realmente depravados. Eles deveriam deixar Jesus endireita-los, para que eles possam deixar de agir tão gay e não ir para o inferno.”

Hoje em dia, o refrão Cristão não é “Deixe de ser gay.” Agora é “Deixe de agirgay.” Eles desistiram de argumentar que gays podem mudar sua orientação sexual: o completo fracasso de programas Cristãos como Fix-a-Gay e Homo No’ Mo! – sem mencionar um universo de evidências anedotais e empíricas – deixaram os com poucas opções.

Então eles mudaram sua posição. Agora o argumento deles é que um homossexual resistindo a tentação de agir homossexual não é diferente de qualquer outro lutando para resistir a uma tentação pecaminosa.

Cristãos amam este novo argumento. Se eu o ouvi uma vez, eu o ouvi dez mil vezes. Todos nós ouvimos. Suspire “gay” na orelha de um cristão dorminhoco, e existe uma excelente chance de que ele vai começar a dizer enquanto dorme “Igual a qualquer outra tentação pecaminosa. Somos todos pecadores. É preciso resistir.”

Também, por seu cérebro para dormir antes de dizer isso é a melhor maneira de fazê-lo. Somente para alguém com o cérebro morto poderia ver sentido nisso. É estúpido demais para palavras.

Mas deixe-me tentar achar palavras de qualquer jeito.

Virtualmente todos os pecados compartilham uma qualidade comum, crucial e determinante. Por que esta qualidade, que está presente em qualquer outro pecado imaginável, não existe em ser ou agir gay, insistir em por a homossexualidade na mesma categoria que qualquer outro pecado – ou na própria categoria de pecado – é como colar asas em um porco, e insistir que o resultado pertence à categoria de “pássaro.“ Ele não pertence. Não pode. Não irá. Jamais.

Aqui está a Grande Diferença entre a homossexualidade e todas estas atividades normalmente entendidas como “pecaminosas”: Não existe nenhuma sina que eu possa cometer que, pela virtude de cometê-la, me deixa incapaz de amar ou ser amado. Eu posso cometer um assassinato. Posso assaltar. Posso roubar. Posso estuprar. Posso me embebedar até a morte. Posso fazer qualquer coisa terrível – e ninguém irá, jamais, me dizer que pela natureza intrínseca daquilo que me levou a cometer tal ato que sou, por natureza, simplesmente incapaz de dar ou receber amor.

Ninguém fala para o alcoólatra, ou glutão, ou adultero, ou para qualquer outro pecador, para deixar de experimentar o amor. E é exatamente isso que os Cristãos estão insistindo que os gays deixem de fazer.

Quando você diz a uma pessoa homossexual para “resistir” ser gay, o que você realmente está dizendo a ela – o que você realmente quer dizer – é para que ela seja celibatária.

O que você realmente está dizendo é que você deseja que elas se condenem a uma vida ausente do amor duradouro, romântico e pessoal que todas as pessoas, Cristãos inclusos, entendem como ser a melhor parte da vida.

Esteja sozinho, você exige. Viva sozinho. Não segure a mão de ninguém. Não se abrace em sua poltrona com ninguém. Não se aperte em ninguém a noite, antes de dormir. Não tenha ninguém para conversar durante o café da manhã.

Não compartilhe sua vida com a de ninguém. Viva sua vida inteira sem conhecer essa felicidade, essa divisão, essa paz.

Só diga não ao amor.

Seja sozinho. Viva sozinho. Morra sozinho.

Está “tentação pecaminosa” que os Cristãos estão sempre pedindo para as pessoas LGBT resistir é amor.

Sendo, é claro, a única coisa que Jesus deixou bem claro que ele queria que seus seguidores expandissem para os outros.


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